O alvorecer do século XIX no Brasil não
veio tão depressa como na Europa, enquanto países como a França, Inglaterra e
Itália discutiam os efeitos das revoluções que levaram suas nações a outro
patamar, o nosso país ainda vivia o sonhado conto de fadas monárquico, no
entanto, a estruturas do governo vigente da época, começaram a balançar em meio
as grande fissuras que iam se abrindo ao longo dos anos. Republicanos, maçônicos,
revolucionários e abolicionistas tomaram o palco da história do nosso país já
na metade do século XIX, estes últimos foram responsáveis por não só ajudar a pôr
fim na monarquia, como também trazer uma nova maneira de se pensar e discutir política
pelas Províncias do Brasil.
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JORNAL O ABOLICIONISTA DE SÃO LUÍS - MA, 1885. |
Nesse período, na Província do Maranhão,
como por exemplo, a cidade de Caxias tornou-se umas das mais importantes localidades
onde os debates abolicionistas surtiram efeitos, provocando assim rivalidades
entre influentes figuras politicas da região. Esses discursos advinham
principalmente da imprensa, principal meio de informação da época, tais jornais
não defendiam apenas o fim da escravidão, mas interesses políticos e comerciais.
O discurso ao qual tanto mencionam os periódicos, também
estavam atrelado ao ideal de modernidade, afinal de contas a luta se empenhou
também nos moldes do progresso, da moral e da civilidade e não se pode pensar este conceito separado do outro (...) Desse
modo, percebe-se nos discursos abolicionistas que a libertação dos escravizados
era um modo de “livrar” a província da carga que por tanto tempo relegou ao
Maranhão o status de “incivilidade”. Era como se a luta pela abolição tivesse
importância apenas nos moldes do progresso, portanto lutar pela causa
abolicionista era “ser civilizado e humanitário, era conceder alforrias, era
dar provas de satisfação, bondade e elegância”,[1]. Pensar
diferente disso, era ser contrário a “causa santa”[2]
da liberdade; era ser contrário ao novo sentido que se tinha de povo e de
nação. (SALAZAR, 2020, p. 05).
Portanto, para melhor
compreendermos sobre os discursos abolicionistas no interior do Maranhão no século
XIX, compartilho o artigo da professora de História Joselma da Cruz Salazar intitulado ENTENDENDO O
DISCURSO ABOLICIONISTA NA IMPRENSA CAXIENSE. Para a leitura
completa do artigo click aqui.
[1] SILVA, Régia
Agostinho da. A escravidão no Maranhão:
Maria Firmina dos Reis e as representações sobre escravidão e mulheres no
Maranhão na segunda metade do século XIX. (Tese de doutorado) – São Paulo, 2013,
p.63.
[2] O periódico O abolicionista faz
menção ao movimento abolicionista como uma causa que seria santa.
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